Por Gabriela Gasparin
Você
já parou para pensar sobre qual é o sentido da vida? Eu já, e muito. Eu
não lembro exatamente quando foi que comecei a questionar a nossa
existência aqui na Terra, mas foi aos 27 anos que resolvi colocar para
fora minha inquietação.
A solução que encontrei foi sair por aí
perguntando a desconhecidos a resposta e compartilhar os depoimentos em
um blog, o Vidaria (www.vidaria.com.br). Batizei o projeto de “Vidaria” em alusão a uma livraria, como se fosse uma “coletânea de sentidos da vida”.
Eu
me formei em jornalismo em 2007. Quando comecei o blog, em 2013, eu já
tinha bastante experiência em redações e em entrevistar pessoas. Mesmo
assim, confesso que fiquei um pouco insegura ao fazer tão profunda
indagação a desconhecidos. Não dá para abordar alguém na rua, de
repente, com um: “oi, tudo bem, você sabe qual é o sentido da vida?”
Percebi
a necessidade de criar intimidade com os entrevistados e conhecer suas
histórias antes de fazer o filosófico questionamento. Com isso, tive
contato com “vidas” que jamais conheceria se não fosse o projeto. Eu fui
à prisão falar com detentas. Falei com moradores de rua. Conversei com
milionários. Entrevistei artistas, empresários, pessoas que adquiriram
doenças graves, como um câncer ou o vírus do HIV.
Indaguei idosos e
crianças. Falei com os turistas que vieram pro Brasil na Copa. Conversei
com quem perdeu os pais ou um filho único. Com travestis, homossexuais,
líderes religiosos. Questionei qual é sentido da vida aos meus próprios
pais e familiares.
Há pessoas
humildes que enxergam na vida uma forma de evolução. Outras que entregam
a existência a Deus. Pessoas que citam fazer o bem, ser honesto, amar
os demais, cuidar de familiares como o propósito da vida.
Quem perdeu os
pais ou um filho conta como encontrou motivo para superar a perda e
seguir em frente. Ex-criminosas que se arrependeram de crimes e afirmam
que querem melhorar. Há também quem não vê mais sentido na vida e apenas
espera a morte. Quem se arrependeu de não ter vivido mais intensamente.
Com
o passar do tempo, após ouvir tantas respostas, eu comecei a
questionar: afinal de contas, qual é o sentido da minha própria vida?
Confesso
que mergulhar no tema tem causado uma reviravolta em minha própria
vida. Afinal de contas, quando paramos para pensar verdadeiramente “qual
é o sentido da nossa vida”, a probabilidade de não encontrarmos uma
resposta clara de imediato é muito grande. Também podemos perceber que a
vida que levamos não é bem aquela que gostaríamos.
Longe
de mim querer dar qualquer resposta. O meu intuito é apenas provocar a
reflexar e mostrar respostas para nos inspirar e nos fazer refletir
sobre a vida. Quem sabe assim não podemos dar um ponto inicial para
direcionarmos nossas trajetórias para onde sinceramente queremos ir?
Para
quem quiser acompanhar, vou compartilhar alguns dos mais de 100
depoimentos que já colhi aqui no Conti Outra. É claro que eles também
estão no meu blog, o www.vidaria.com.br. E deixo aqui a reflexão: qual é o sentido da vida para você?
Jornalista, blogueira e escritora.
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